Georges Méliès
(1861-1938), cuja carreira começou como mágico e ilusionista, foi um dos
pioneiros do cinema. O francês foi o responsável pelo início da utilização dos
efeitos especiais nos primeiros dias da sétima arte, devido a sua experiência
com o ilusionismo. Dentre as técnicas que popularizou, estão o stop-motion, o
uso dos storyboards, para trabalhar a ação em uma cena, e a câmera rápida,
assim como uma incursão inicial na filmagem a cores.
O
seu filme mais popular é, com certeza, “Viagem à Lua” (Le Voyage dans la lune,
no original em francês), de 1902. Quase todo mundo já viu aquela imagem da lua
com uma bala perfurando o seu olho esquerdo... pois é, é desse filme, que foi
baseado em dois dos mais populares romances de ficção cientifica da época: “Da
Terra à Lua”, publicado por Júlio Verne (1828-1905) em 1865, e “Os Primeiros
Homens na Lua” (numa tradução livre do título original, em inglês), publicado
por H.G. Wells (1866-1946) em 1901.
A película é, por muitos, considerada o primeiro filme
de ficção-cientifica de todos os tempos. Filmado em preto e branco, tem menos
de 15 minutos, além de ser um filme mudo, com a exceção da sua excelente trilha
sonora.
A trama começa com um grupo de cientistas (ou místicos
sábios, devido a maneira espalhafatosa como se trajam, lembrando um pouco
vestes de bruxos, como as dos filmes de Harry Potter, chapéus pontudos e tudo)
debatendo sobre o que parece ser a melhor maneira de lançar um projétil em
direção a Lua. Dito e feito, passada a fase da discussão, a história prossegue,
rapidamente, para a etapa da construção da bala de canhão, o embarque dos
tripulantes e os festejos com seu lançamento que, obviamente, alcança a
superfície lunar.
Mas o que eles encontram por lá? Vocês terão de assistir o filme que disponibilizo, na íntegra, logo abaixo. Só não esperem que a parte
científica da trama seja seguida à risca, pois ela ignora completamente os
efeitos da gravidade ser bem menor no espaço como também a ausência de oxigênio
no mesmo.
Como
dizia Chacrinha (1917-1988), na TV nada se cria, tudo se copia. O mesmo vale
para o cinema. A premissa deste filme é aquele velho clichê de dois estranhos
que são impelidos a se casar, para obter uma vantagem, seja para um deles ou
para ambos, mas, no meio do caminho, acabam apaixonando-se, só que demoram
muito para admitir tanto para si mesmos quanto um para o outro.
O
diferencial desta película de 2022 da Netflix são seus os personagens principais
que, de fato, poderiam ser reais, devido a profundidade de suas qualidades e
defeitos.
Primeiro,
somos apresentados a Cassie Salazar (Sofia Carson), uma aspirante a cantora que
sofre de diabetes tipo um. E como se isso não bastasse, ela é filha de imigrantes
ilegais, tem de trabalhar feito uma louca num bar para que, junto das gorjetas,
ela consiga pagar ou seu aluguel ou sua insulina.
Então,
através de um amigo em comum, somos apresentados a Luke Morrow (Nicholas
Galitzine). Tudo começa numa noite em que a banda de Cassie, The Loyals, toca
no bar em que ela trabalha. Lá ela reencontra Frankie (Chosen Jacobs), de quem
foi babá na infância. Ele está junto de seu pelotão de fuzileiros que, em uma
semana, será enviado ao Iraque.
Luke
é um dos membros do dito batalhão e por conta de uma cantada malfadada, as
coisas não vão bem entre ele e Cassie a princípio. Isso até ela ter a ideia
louca de se casar com Frankie para obter os benefícios do plano de saúde que
uma esposa de soldado teria. Luke, que estava presente quando a garota sugere o
plano a Frankie, desencoraja a artimanha, pois sabe que o amigo pode ser levado
a corte marcial caso o embuste seja descoberto. De todo jeito, Frankie tem uma
namorada e pretende pedi-la em casamento ao voltar de seu tour no Iraque.
Então,
como Luke entra na história? Logo de cara, somos apresentados a ele como se o
mesmo fosse o perfeito rapaz americano, quando, na verdade, passa longe disso.
Em seu passado, ele esteve envolvido com drogas, que o deixou com uma dívida
substancial com o seu antigo traficante e um pai desapontado que, curiosamente,
é um militar aposentado. De tal maneira que Luke se vê motivado a mudar de
vida, alistando-se para mostrar a si mesmo que merece uma segunda chance.
E
assim ele se vê envolvido com Cassie e seu plano, topando fazer parte dele, mas
ambos nem imaginam as consequências que seu súbito casamento acaba por trazer.
Quais? Assista que você descobrirá!
Sim, trata-se de outro filme guerra de
Hollywood, com soldados, tiros e algumas explosões. A grande diferença aqui é
que o ponto central da trama não é a batalha em si, mas a tentativa de
evitá-la.
Dirigido
por Sam Mendes (1965- ) e baseado, em parte, em uma história relatada a Mendes
por seu avô, o escritor Alfred Mendes (1897-1991), o enredo do filme gira em
torno de dois soldados da 1ª Guerra Mundial, William "Will" Schofield
(George MacKay) e Thomas "Tom" Blake (Dean-Charles Chapman), que
receberam a missão de entregar uma carta para evitar um ataque britânico ao
exército alemão, que preparara uma armadilha para surpreender os ingleses.
Quando
somos introduzidos a dupla, ambos descansam num gramado, mas logo somos levados
para junto deles no meio das trincheiras, numa cena filmada em plano sequência,
sem cortes ou truques de câmera.
Os detalhesdo cenário são
impressionantes. E não só dessa cena, mas do filme como um todo. Num instante
estamos em meio a um campo cheio de cerejeiras e em outro somos lançados a
ruínas flamejantes, quase que saídas de um dos círculos do inferno de Dante.
Voltando a missão, se a
mesma tem o potencial de salvar 1600 vidas, caso concluída com sucesso, é
também motivo de atrito entre os amigos encarregados de cumpri-la. Enquanto
Blake têm motivos pessoais para realizá-la (alertar o batalhão do irmão mais
velho da armadilha alemã), Schofield mostra-se um tanto quanto relutante em
embarcar em tal jornada, que apenas lhe foi imputada pela indicação de Blake
(que simplesmente achou que seriam enviados para a linha de frente) e se o faz,
é mais por camaradagem e amizade do que por dever e honra.
Sem mais delongas, é um
retrato nu e cru da 1ª Guerra, sem nenhuma tentativa de glorificá-la ou embelezá-la,
mostrando os bastidores da guerra que supostamente deveria ter acabado com
todas as outras, mas falhou drasticamente em fazê-lo.
Lançado em
1948, o filme “Ladrões de Bicicleta” é uma história simples e crua do que era
viver na Itália após o fim da 2ª Guerra. Apesar de ficcional, a película,
dirigida por Vittorio De Sica, poderia passar por uma história real.
A
trama gira em torno de Antônio Ricci, um homem desesperado para conseguir um
emprego e sustentar a sua família num momento em que o seu país está um caos.
De todas as formas, ele busca por uma oportunidade, mas parece que todas as
portas estão fechadas. Até que, enfim, consegue sua chance: colar cartazes em
várias partes da cidade, porém é necessária uma bicicleta para realizar o
serviço, algo que ele não tem.
Através
do sacrifício dos lençóis e roupas-de-cama de sua casa, cuja sugestão de
empenhá-los partiu de Maria, a sua prática esposa, ele obtém os fundos
necessários para adquirir a almejada bicicleta, aquela que aparentemente
resolveria todos os seus problemas.
Infelizmente,
a vida tem outros planos para Antônio. Logo no seu primeiro dia de trabalho, a
bicicleta é roubada. Daí começa a romaria de Ricci e seu jovem filho Bruno
atrás do objeto, perambulando pelas várias ruas de Roma.
A
película mergulha fundo no relacionamento entre pai e filho, sendo que o primeiro
tenta ser forte para proteger o seu rebento, enquanto esse último se dá conta
que o pai é humano, também tem medo e, acima de tudo, erra.
E
o mais impressionante é que, apesar de rodado em preto e branco, as atuações
não poderiam ser mais verdadeiras, talvez porque tanto Lamberto Maggiorani
(Antônio), um trabalhador fabril antes das filmagens, quanto Enzo Staiola
(Bruno) não tinham nenhuma experiência com teatro ou cinema; suas performances
eram puras pois era o que vivenciavam em seus cotidianos.
Existem filmes e filmes, quanto a isso não há a
menor dúvida. Alguns deles nos fazem não querer desgrudar o olhar da tela, nem
ao menos piscar, enquanto outros...bem, nem vale a pena mencionar.
Muitos
fatores podem afetar a qualidade de um filme, a começar pela trama, ainda mais
se essa for adaptação de uma outra obra literária. É o caso de Persuasão, filme
lançado em 2022 pela Netflix, uma adaptação de uma das obras da grande
escritora Jane Austen.
Apesar
do grande renome da autora do material-fonte, uma das principais, senão a
principal, escritora de romances da regência (período na história britânica, no
qual, o monarca de tal arquipélago foi acometido por doenças mentais, tornando
impossível que este reinasse, cabendo a atividade governamental, de fato, a...
regentes), já se vão mais de duzentos anos desde sua publicação. A própria Jane
nem chegou a ver a sua própria obra impressa, tendo falecido antes.
O
fato é que, apesar da trama atrair milhares de leitores até hoje, certos
comportamentos e costumes da época são extremamente datados, tornando difícil
adaptá-los à audiência do século XXI.
A
trama em si, como boa parte da obra de Austen, foca-se no papel das mulheres na
sociedade, nas suas buscas por amor e, porque não, em sonhar um pouco mais
alto, em ser livre das amarras impostas a elas pelo casamento. Sem contar o bom
e velho conflito de classes, aquela velha questão: deve-se casar por amor ou
para manter a posição social?
É
nesse dilema que se encontra a Srta. Anne Elliott, de vinte sete anos
(magistralmente interpretada pela atriz Dakota Johnson), sete anos após ser
aconselhada a rejeitar a proposta daquele que acreditava ser o seu grande amor,
pelo fato do homem em questão ser um mero oficial da marinha.
É
óbvio que o casal, de alguma maneira, reencontra-se e acaba por se envolver
numa espécie de triangulo/quadrado amoroso...
O
filme em si, não é ruim, mas tampouco é original. As atuações são medianas, o
bom e velho feijão com arroz, com a exceção da de Dakota que praticamente
carrega o filme nas costas com o seu grande carisma e hilárias quebras da
quarta parede.
Lightyear é um filme bom, mas não reinventa a
roda. A trama baseia-se em elementos batidos como viagem no tempo, porém
consegue inovar em alguns pontos. Vamos a eles.
Ao
mesmo tempo que as constantes viagens temporais conseguem trazer ao espectador
toda a noção do isolamento e solidão, sentidos por Buzz, devido aos efeitos das
mesmas, também torna-se uma faca de dois gumes, pois impede o desenvolvimento
dos personagens secundários até a segunda metade do filme, quando eles, de
fato, são apresentados e de alguma forma aprofundados dentro das possibilidades
apresentadas: a personagem legado que tenta se provar, mostrar-se altura de sua
antecessora, apesar de seus medos; o cara engraçado e atrapalhado; e a velhinha
rabugenta que mais parece saída de um episódio de MacGyver.
O destaque fica para o
personagem Sox, o gato robótico companheiro de Buzz, uma sutil referência ao
estresse pós-traumático, mal que afeta diversos soldados mundo afora e que um
dos tratamentos é justamente a terapia animal. De qualquer maneira, o felino
rouba a cena com o seu carisma.
Também surpreende a
dublagem brasileira. Marcos Mion, apesar do grande desafio de substituir
Guilherme Briggs, o dublador de Buzz nos filmes da franquia Toy Story, entrega
um trabalho consistente, dando um ar sério e, ao mesmo tempo, engraçado ao
patrulheiro espacial.
Por fim, como sempre, a
animação em si é fantástica, basta ver os pequenos detalhes dos cenários e do
design dos personagens que, ainda que um pouco caricatos, não deixam de ter um
ar realista e não por causa da produção em 3D.
Notas:
1. A voz do trailer não é do Marcos Mion.
2. É um tanto decepcionante, mas a música Starman, de David Bowie, só aparece no trailer.
Há diversos filmes que abordam a temática
adolescente, do que é viver esse período tão confuso, traumático e, ao mesmo
tempo, tão bom da vida de qualquer ser humano, mas nenhum deles é como o Clube
dos Cinco (The Breakfast Club, no original, em inglês).
A
trama é bastante simples: cinco estudantes, completamente diferentes, são
obrigados a passar a manhã de sábado na detenção por terem aprontado na escola.
Sim, à primeira vista,
os personagens podem parecer clichês: o valentão, o atleta, o nerd, a patricinha
e a gótica esquisita.Porém, eis que a
mágica acontece, pois o roteiro, do também diretor da película, o saudoso John
Hughes (1950-2009), proporciona-lhes profundidade, dando-lhes alma, de modo que qualquer
pessoa possa identificar-se com Bender, Andy, Brian, Claire e Allisson em algum
aspecto, ao ponto que o filme em si deixa de ser uma comédia para tornar-se um
drama adolescente.
E, por fim, o mais
interessante. A amizade que nasce entre o grupo baseia-se não em suas
diferenças sociais, mas em suas carências e necessidades emocionais, um elo
mais forte do que qualquer segunda-feira possa quebrar.
Creio que isso responda
a sua pergunta, Sr. Vernon.
Atenciosamente,
O Clube dos Cinco (e
mais um autor iludido que sempre sonhou em fazer parte de uma turma como essa)
Esta postagem é um pouco diferente das demais. A ideia aqui é dar voz aos leitores do blog para que os mesmos possam compartilhar as histórias de filmes que os marcaram. Seja pela trama, uma cena marcante, pelo momento que estavam passando em suas vidas pessoais, ou alguma acontecimento curioso ou engraçado que ocorreu enquanto assistiam ao filme. Se você, caro leitor, tem alguma história desse tipo e queira compartilha-la, é só enviar um e-mail para the.end.castan@gmail.com . Não precisa ser algo muito longo ou detalhado, pode ser somente um ou dois parágrafos, que eu completo com o resumo da trama e as demais informações técnicas, como elenco, diretor, roteirista, ano de lançamento etc.
*baseado no relato de João Paulo Martins
Castanheira
ALERTA DE SPOILERS!
A
Lista de Schindler (1993) é um filme poderoso, porém trágico na mesma medida. É
um misto do que é e do que poderia ter sido.
Gravado
em preto e branco, numa época em que a filmagem a cores há muito estava
difundida, a película é um reflexo dos tempos sombrios que retrata.
Baseada
na história real de Oskar Schindler (1908-1974), a trama o retrata como “um
oportunista interessado no lucro, inicialmente, mas que acabou por mostrar uma
iniciativa e dedicação extraordinárias com o objetivo de salvar as vidas dos
seus empregados judeus”1, “empregando-os nas suas fábricas de
esmaltes e munições, localizadas nas atuais Polônia e República Checa,
respectivamente”2.
Tal
atitude ajudou a salvar 1200 vidas do Holocausto, ainda que Schindler fosse um
membro do partido nazista.
Sobre
o filme, o nosso leitor convidado, João Paulo, tem muito a dizer:
“É
um filme que sempre me foi recomendado, mas a vida toda eu adiei o assistir por
não interessar muito por filmes de guerra, já que não gostei do "O resgate
do soldado Ryan". Então comecei a assistir "A Lista de
Schindler" com uma expectativa bem baixa. Pensando bem, acho que as minhas
expectativas impactaram muito na minha experiência. E aconteceu de ela melhorar
essa em questão, pois não tinha nenhuma. O filme é o primeiro Oscar do
Spielberg e resolvi dar uma chance a ele. É um filme duríssimo, só para quem
tem estômago e meu interesse pela história da segunda guerra estava em franco
crescimento na época. Quando os judeus estavam sendo levados para os guetos no
início da guerra, Schindler já acumulava contratações de escravos e em
particular o contador, era um que vinha ganhando sua simpatia. A cada conquista
Schindler, que era um beberrão, propunha um brinde, mas o contador nunca
aceitava, pois ele não bebia. Até que um dia ele aceitou, pois sabia que aquela
seria a última oportunidade que ele teria de aceitar. No dia seguinte ele seria
levado a um campo de concentração.
Já
no campo de concentração, a cena que mais me emocionou, foi na metade final do
filme. Quando um médico analisava os judeus correndo em círculos, pelados, em
um campo. Todos já sabiam do que se tratava. Quem ia para direita eram os não
saudáveis e desnutridos. Candidatos à câmara de gás, e os da esquerda estavam
ainda aptos para trabalhar. Era uma resignação generalizada da própria
dignidade. Não havia qualquer esboço de esperança em ninguém. As mulheres, num
último esforço desesperado, furavam os próprios dedos para colorir as bochechas
de sangue e aparentarem estar mais saudáveis.
Quando, em um instante,
dois caminhões, lotados de crianças passa há alguns poucos metros do campo.
Toda aquela apatia e submissão desapareceu no momento em que os pais daquelas
crianças perceberam que eles estavam sendo levados para fora do campo de
concentração. Foi instantâneo, todos abdicaram de tudo e qualquer coisa, e
correram como uma manada em direção aos caminhões. Gritando desesperadamente,
um grito horroroso de desespero.
A cena do final do
filme também é bem tocante. Quando Schindler se desculpa por não ter vendido
mais bens dele, como o carro e o anel, para poder salvar mais judeus. E mesmo
assim é ovacionado por aqueles que estavam com ele, e foram salvos. Schindler
se ajoelha aos prantos e abraça um dos judeus se desculpando por não ter sido
mais desprendido. ” – conclui João Paulo.
É meio estranho, mas eu não esperava estar
escrevendo outra dessas postagens em menos de uma semana. Nascida em Aurora,
Ohio, em 25 de maio de 1969, Anne Heche foi uma grande atriz, conhecida tanto
por seus papeis na tela grande quanto na telinha. Eis aqui alguns de seus
principais trabalhos na sétima arte:
Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado
(1997)
Mera Coincidência (1997)
O remake de Psicose (1998), de Gus Van Sant, no qual Heche fez o papel
de Marion Crane, que no original, de Hitchcock, foi de Janet Leigh.
Seis Dias, Sete Noites (1998), o qual Heche estrelou
ao lado de Harrison Ford.
ANNE HECHE (1969-2022)
P.S.: não consegui achar esse último trailer em português, peço aos leitores que me desculpem.
Este filme é um daqueles que poucos conhecem,
mas quando o assistem, é impossível não o considerarem uma joia preciosa. Ao
final da película, ou estão com um sorriso nos lábios ou com lágrimas nos
olhos, senão ambos.
Com
um elenco encabeçado por um ator do calibre de J.K. Simmons (o John Jonah
Jameson da trilogia original dos filmes do Homem-Aranha), o filme como ‘A
MÚSICA NUNCA PAROU’ trata do bom e velho conflito de gerações através da
família Sawyer.
Henry (Simmons) e sua esposa Helen (Cara Seymour) não veem o seu único
filho, Gabriel (Lou Taylor Pucci) há vinte anos, desde que ele saiu de casa
para nunca mais voltar, devido a um conflito com os pais que não aprovavam o
seu estilo de vida.
O
reencontro inesperado ocorre quando os Sawyer são avisados que seu filho, que
passou as duas últimas décadas como um andarilho, viajando por aí, está hospitalizado por
conta de um tumor em seu cérebro, que o faz sofrer de amnésia anterógrada, que
lhe impede de recordar boa parte de seu passado ou até mesmo construir novas
memórias.
O que poderia ser uma tragédia sem
igual, se torna uma oportunidade tanto para Henry, que tanto desaprovava o
gosto musical de seu filho, quanto para Gabriel estreitarem os seus laços.
A
questão é que a trama se passa num período complicado da história dos Estados
Unidos. Henry é um veterano da 2ª Guerra Mundial, enquanto a Guerra do Vietnã e
a visões opostas de pai e filho a respeito do conflito são o principal motivo
que levam Gabriel a sair de casa.
Mas
o que torna o filme, aliás toda história única é o elemento que ajuda numa
parcial recuperação de Gabriel: a música. Tudo começa com os primeiros acordes
da Marselhesa, o hino francês, parecem tirar Gabriel de seu estado catatônico,
deixando o eufórico e eloquente, ainda que apenas por alguns instantes, já que
o resto da música parece não lhe surtir o mesmo efeito.
Eis
que vem a grande descoberta: não era o hino francês que despertou Gabriel de
seu transe, mas sim o início de sua música favorita dos tempos de adolescência,
All you need is love, dos Beatles, que curiosamente utiliza a o início da
Marselhesa como introdução.
Então,
a partir de sessões de musicoterapia, Gabriel começa a apresentar algum
progresso, quando o seu cérebro é estimulado pelas músicas que marcaram sua
juventude, o que anima Henry, a ponto dele ‘sacrificar’ o seu próprio gosto
musical, um tanto mais conservador, para entender e criar laços mais profundos
com o seu filho.
Se
até agora não consegui despertar a sua curiosidade ou ganhar a sua atenção,
então esse filme não é para você. Caso contrário, sinto muito, nada mais posso
revelar sem entregar a trama completa do filme. E que trama!
Aqui
eu me despeço, na esperança de que a música nunca pare na vida de nenhum de
vocês.
Nascida em 26 de setembro de 1948, Cambridge, Reino Unido, Olivia
Newton-John foi uma grande atriz, famosa por filmes musicais como Grease
(1978).
Também foi uma ótima cantora, cuja versão de Country Roads, de John
Denver, foi utilizada na abertura do filme de animação japonês Sussurros do Coração
(1995), dirigido por Yoshifumi Kondō para o Studio Ghibli.