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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

E O VENTO LEVOU...

            Quem é Scarlett O’Hara (Vivien Leigh, 1913-1967)? Essa é a pergunta que o filme ‘E o Vento Levou...’, de 1939, dirigido por Victor Fleming (1889-1949), com base no único romance escrito pela jornalista Margaret Mitchell (1900-1949), durante um período de convalescência, tenta responder.

           Não que seja um mistério.  O roteiro, adaptado por Sidney Howard (1891-1939), logo nos mostra a garota fútil, mimada e arrogante que Scarlett é, o tipo de personagem que todo mundo adora odiar. A grande questão é quem ela vai se tornar.

            Logo no início do filme, a adolescente tem as suas ilusões românticas acerca do vizinho Ashley Wilkes (Leslie Howard, 1893-1943) destroçadas, ao saber do noivado do mesmo com sua prima Melanie Hamilton (Olivia de Havilland, 1916-2020).

Ainda muito ingênua e acreditando que tudo não passa de um engano, que o mundo continua aos seus pés, Scarlett resolve tomar uma atitude, um primeiro indício de que ela não é como as outras damas de sua geração, possuindo alguma garra e fibra para lutar pelo que quer (ou pelo menos imagina querer).

Então, durante o churrasco de comemoração do noivado em Twelve Oaks (Doze Carvalhos), a fazenda dos Wilkes, Scarlett espera todas as damas terem se retirado para descansar e encurrala Ashley na biblioteca da casa principal, declarando a ele o seu amor, deixando todo o seu orgulho de lado, e dizendo que ele deve se casar com ela.

O Sr. Wilkes, apesar de tentado, a recusa, muito devido a sua honra e palavra de um cavalheiro do Sul, abandonando uma furiosa Scarlett na biblioteca, que não perde tempo ao arremessar um vaso contra uma parede, demonstrando toda a sua frustração.

Aí que percebemos que a dupla não estava sozinha durante a confissão da moça, pois Rhett Butler (Clark Gable, 1901-1960) faz notar a sua presença, levantando-se do sofá no qual estava deitado no cômodo.

Ele alfineta Scarlett por conta de seu comportamento tolo, que poderia pôr a reputação dela a perder. E assim começa um relacionamento de gato e rato, pois ao mesmo tempo que Rhett ama e deseja a moça, ajudando-a como pode, também não pode deixar de espezinhá-la, de modo a atiçá-la, não só a confessar os seus sentimentos por ele, mas também a expandir os seus horizontes e perceber que o mundo não gira em torno de seu próprio umbigo. Não que Scarlett deixe barato, tendo sempre pronta uma resposta na ponta da língua ou uma provocação para Rhett.

Mas nem tudo são flores na concretização de tal romance. Vários osbstáculos se entrepõem a felicidade de ambos, como a eclosão da Guerra Civil Americana, o incêndio de Atlanta e muitas outras situações, que não vou relatar para não estragar a surpresa de quem for assistir ao filme.

Só adianto isso: o filme é tão bom que levou para casa as estatuetas de Melhor Filme, Melhor Diretor (para Fleming), Melhor Atriz (para Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante para Hattie McDaniel (1893-1952) por sua interpretação da escrava Mammy, a mucama de Sacarlett, sendo a primeira pessoa negra a alcançar tal feito, Melhor Roteiro (para Sidney Howard, ainda que postumamente), Melhor Fotografia e Direção de Arte, como não poderia deixar de ser com os seus cenários deslumbrantes, bastante detalhados e coloridos, o que creio ter sido uma grande novidade para época.

 



Nota: filme disponível no HBO Max para assinantes ou no Youtube para compra

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Gone_with_the_Wind_(film)

https://en.wikipedia.org/wiki/Vivien_Leigh

https://en.wikipedia.org/wiki/Victor_Fleming

https://en.wikipedia.org/wiki/Margaret_Mitchell

https://en.wikipedia.org/wiki/Sidney_Howard

https://en.wikipedia.org/wiki/Leslie_Howard

https://en.wikipedia.org/wiki/Olivia_de_Havilland

https://en.wikipedia.org/wiki/Clark_Gable

https://en.wikipedia.org/wiki/Hattie_McDaniel

 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

UMA NOITE NA ÓPERA

 

    Este filme foi uma grande surpresa para mim e por uma única razão: apresentou-me a Groucho Marx (1980-1977), um dos maiores comediantes do seu tempo, dono de um humor sarcástico e non-sense, diferente de tudo que já se tinha visto na tela grande.

       Dirigido por Sam Wood (1883-1949), Uma Noite na Ópera (A Night at the Opera, 1935) é um filme cuja trama gira em torno de Otis B. Driftwood (Groucho Marx), o administrador dos bens da Sra. Claypool (Margaret Dumont,1882-1965), uma viúva rica com quem Driftwood pretende se casar.

     Mas esse não é o único plano do administrador. Otis também convence a madame a investir, na Companhia de Ópera de Nova York, comandada por Herman Gottlieb (Siegfried Rumann, 1884-1967), a “bagatela” de 200 mil dólares, de modo a custear o salário de 1000 dólares por noite do tenor Rodolfo Lassparri (Walter Woolf King, 1899-1984), em mais uma de suas tramoias para “ganhar um por fora” da fortuna que administra.

      No entanto, Lassparri não passa de um canalha, que maltrata o seu camareiro Tomasso (Harpo Marx, 1888-1964, um dos atores irmãos de Groucho) e faz incômodos avanços em Rosa Castaldi (Kitty Carlisle,1910-2007), sua co-estrela, moça que está perdidamente apaixonada por Ricardo Baroni (Allan Jones,1907-1992), um outro tenor, ainda em busca da fama, mas que corresponde aos sentimentos de Rosa.

        Nos bastidores do teatro, no qual acontece a última apresentação daquela temporada na Itália, Baroni concorda, ao reencontrar o seu melhor amigo, Fiorello (Chico Marx, 1887-1961, outro irmão de Groucho e também ator), em fazê-lo o seu empresário, já que só havia conseguido um papel menor na turnê.

        Driftwood, que propositalmente chegara atrasado ao teatro, de maneira a perder a apresentação da ópera, inadvertidamente, assina um contrato com Fiorello, pois ele afirma representar o maior tenor de todos os tempos, que Otis pensa se tratar de Lasspari.

         A partir daí a comédia corre solta, começando pela viagem transatlântica, a bordo de um luxuoso navio, até Nova York, na qual Dirftwood é regalado a uma pequena cabine, com o seu grande malão, de onde saem três clandestinos: Baroni, Fiorello e Tomasso.

Numa sequência para lá de engraçada, com um diálogo extremamente sagaz e divertido, a cabine se vê abarrotada de gente, sem saber muito bem o que faz ali, no meio daquela confusão toda, em um espaço tão pequeno, numa das melhores cenas de todo o filme.

     Como se não bastasse, o clímax do mesmo, que se dá em uma apresentação de ópera, é magnífico, com diversas gags inseridas de modo natural, fazendo com que o humor seja orgânico e não forçado como em muitas das comédias atuais. Vale muito apena assistir.

 


Nota: infelizmente não achei um trailer dublado ou legendado.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Groucho_Marx

https://pt.wikipedia.org/wiki/Uma_Noite_na_%C3%93pera

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sam_Wood

https://en.wikipedia.org/wiki/Margaret_Dumont

https://en.wikipedia.org/wiki/Sig_Ruman

https://en.wikipedia.org/wiki/Harpo_Marx

https://en.wikipedia.org/wiki/Walter_Woolf_King

https://en.wikipedia.org/wiki/Kitty_Carlisle

https://en.wikipedia.org/wiki/Allan_Jones_(actor)

 

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

LEVADA DA BRECA

           Levada da Breca (Bringing Up Baby, algo como ‘Criando o Bebê’, em português) é uma comédia de erros. O filme, de 1938, com o perdão do trocadilho, não teria como dar errado com um elenco encabeçado por Cary Grant (1904-1986), na pele do pacato paleontólogo David Huxley, e Katherine Hepburn (1907-2003) como atrapalhada herdeira Susan Vance.

           O timing cômico entre a dupla beira a perfeição e a trama, dirigida por Howard Hawks (1896-1977) funciona de maneira orgânica, ainda que um tanto aloprada.

       Quando filme começa, somos apresentados a David que, após quase quatro anos de árduo trabalho, está prestes a montar o esqueleto completo de um brontossauro. Com ajuda de sua assistente e noiva Alice Swallow (Virginia Walker, 1908-1946) tudo corre às mil maravilhas, mas existem dois poréns: ainda falta um osso para completar o trabalho e o mesmo chegara mais tarde, pelo correio e, mais importante, David deve, através de uma partida de golfe convencer o advogado Alexander Peabody (George Irving, 1874-1961) a fazer com que sua cliente, a Sra. Carlton Random (May Robson, 1858-1942), doe um milhão de dólares para o museu.

           Durante a partida, devido uma troca de bolas de golfe por engano, por força do destino ou azar, David conhece Susan que de tão maluquinha, confunde até mesmo o carro do cientista com o seu, causando um desastroso resultado.

            Se a tentativa de abordar o Sr. Peabody, durante a partida de golfe, não deu certo, ele ainda tem a oportunidade de fazê-lo naquela noite, num evento de gala do qual participará. Mas, outro revés lhe espera lá: a presença de Susan que, de alguma maneira, consegue, não só trocar a sua bolsa com a da esposa do advogado, mas também rasgar não só a roupa de David como o seu próprio vestido, apesar do cientista ter contribuído um pouco nessa última parte...

        Como se tudo isso não fosse o bastante, no dia seguinte, naquele que seria o das núpcias do paleontólogo com Alice, Susan recorre a David por causa de um pequeno favor: que ele a ajude a tomar conta de Baby, uma onça (apesar de no filme o bichano ser referido como um leopardo) que o seu irmão Mark enviou lhe enviou do Brasil.

       A partir daí as confusões e enganos amontoam-se num crescente estupendo, culminando em incontáveis risadas.

            Para finalizar, é digna de nota a atuação de Hepburn, em que certo momento do filme, deixa de lado o seu papel de herdeira atrapalhada para impersonar uma femme fatale, no melhor estilo gangster, mostrando o quão versátil e talentosa a atriz era.


Nota 1: não consegui achar a versão dublada ou legendada do trailer, mas basta ativar as legendas na configuração de vídeo no Youtube.
Nota 2: caso apareça alguma propaganda política antes do vídeo começar, saiba que não fui eu que a pus lá e não apoio a candidatura de nenhum candidato no The End, além do mais fiz o upload do vídeo do canal Rotten Tomatoes Classic Trailers.
Rotten Tomatoes Classic Trailers


Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bringing_Up_Baby

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cary_Grant

https://pt.wikipedia.org/wiki/Katharine_Hepburn 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Howard_Hawks

https://en.wikipedia.org/wiki/Virginia_Walker

https://en.wikipedia.org/wiki/George_Irving_(American_actor)

https://pt.wikipedia.org/wiki/May_Robson

 

 

ENTREVISTA COM LUCIANO CARRIERI

  Luciano Carrierri  é um advogado e pai de família que nas horas vagas gosta de desbravar o mundo dos jogos de tabuleiro. Hoje conversarei ...