Esta postagem é um pouco diferente das demais. A ideia aqui é dar voz aos leitores do blog para que os mesmos possam compartilhar as histórias de filmes que os marcaram. Seja pela trama, uma cena marcante, pelo momento que estavam passando em suas vidas pessoais, ou alguma acontecimento curioso ou engraçado que ocorreu enquanto assistiam ao filme. Se você, caro leitor, tem alguma história desse tipo e queira compartilha-la, é só enviar um e-mail para the.end.castan@gmail.com . Não precisa ser algo muito longo ou detalhado, pode ser somente um ou dois parágrafos, que eu completo com o resumo da trama e as demais informações técnicas, como elenco, diretor, roteirista, ano de lançamento etc.
*baseado no relato de João Paulo Martins Castanheira
ALERTA DE SPOILERS!
A
Lista de Schindler (1993) é um filme poderoso, porém trágico na mesma medida. É
um misto do que é e do que poderia ter sido.
Baseada
na história real de Oskar Schindler (1908-1974), a trama o retrata como “um
oportunista interessado no lucro, inicialmente, mas que acabou por mostrar uma
iniciativa e dedicação extraordinárias com o objetivo de salvar as vidas dos
seus empregados judeus”1, “empregando-os nas suas fábricas de
esmaltes e munições, localizadas nas atuais Polônia e República Checa,
respectivamente”2.
Tal
atitude ajudou a salvar 1200 vidas do Holocausto, ainda que Schindler fosse um
membro do partido nazista.
Sobre
o filme, o nosso leitor convidado, João Paulo, tem muito a dizer:
“É um filme que sempre me foi recomendado, mas a vida toda eu adiei o assistir por não interessar muito por filmes de guerra, já que não gostei do "O resgate do soldado Ryan". Então comecei a assistir "A Lista de Schindler" com uma expectativa bem baixa. Pensando bem, acho que as minhas expectativas impactaram muito na minha experiência. E aconteceu de ela melhorar essa em questão, pois não tinha nenhuma. O filme é o primeiro Oscar do Spielberg e resolvi dar uma chance a ele. É um filme duríssimo, só para quem tem estômago e meu interesse pela história da segunda guerra estava em franco crescimento na época. Quando os judeus estavam sendo levados para os guetos no início da guerra, Schindler já acumulava contratações de escravos e em particular o contador, era um que vinha ganhando sua simpatia. A cada conquista Schindler, que era um beberrão, propunha um brinde, mas o contador nunca aceitava, pois ele não bebia. Até que um dia ele aceitou, pois sabia que aquela seria a última oportunidade que ele teria de aceitar. No dia seguinte ele seria levado a um campo de concentração.
Já
no campo de concentração, a cena que mais me emocionou, foi na metade final do
filme. Quando um médico analisava os judeus correndo em círculos, pelados, em
um campo. Todos já sabiam do que se tratava. Quem ia para direita eram os não
saudáveis e desnutridos. Candidatos à câmara de gás, e os da esquerda estavam
ainda aptos para trabalhar. Era uma resignação generalizada da própria
dignidade. Não havia qualquer esboço de esperança em ninguém. As mulheres, num
último esforço desesperado, furavam os próprios dedos para colorir as bochechas
de sangue e aparentarem estar mais saudáveis.
Quando, em um instante,
dois caminhões, lotados de crianças passa há alguns poucos metros do campo.
Toda aquela apatia e submissão desapareceu no momento em que os pais daquelas
crianças perceberam que eles estavam sendo levados para fora do campo de
concentração. Foi instantâneo, todos abdicaram de tudo e qualquer coisa, e
correram como uma manada em direção aos caminhões. Gritando desesperadamente,
um grito horroroso de desespero.
A cena do final do filme também é bem tocante. Quando Schindler se desculpa por não ter vendido mais bens dele, como o carro e o anel, para poder salvar mais judeus. E mesmo assim é ovacionado por aqueles que estavam com ele, e foram salvos. Schindler se ajoelha aos prantos e abraça um dos judeus se desculpando por não ter sido mais desprendido. ” – conclui João Paulo.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oskar_Schindler
Citações
Diretas:
1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Oskar_Schindler
2. 2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Oskar_Schindler
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