Head

domingo, 30 de outubro de 2022

ADENTRANDO O BAIRRO PROIBIDO

 

             Mais um dos muitos clássicos da Sessão da Tarde, ‘Os Aventureiros do Bairro Perdido (Big Trouble in Little China, algo como Grande Problema na Pequena China, 1986) é um filme legal, que cumpre o que promete: entrega quase duas horas de ação e aventura.

            Dirigido por John Carpenter, a trama começa numa delegacia de polícia, onde Egg Shen (Victor Wong, 1927-2001) é interrogado sobre os estranhos acontecimentos que ocorreram recentemente na Chinatown de São Francisco.

            O velho senhor chinês não cede, ainda mais quando é questionado sobre a participação de Jack Burton (Kurt Russell) no evento. Então, após uma surpreendente apresentação de magia, envolvendo raios, que até mesmo espanta o delegado, somos levados a um passado recente e apresentados a Jack, um caminhoneiro falastrão que chega a São Francisco e logo se envolve em uma aposta com o seu amigo Wang Chi (Dennis Dun), um simpático dono de restaurante.

            Para o azar do chinês, ele perde todas as apostas e confessa a Jack que precisa do dinheiro, pois está prestes a buscar a sua noiva, Miao Yin, uma chinesa de raros olhos verdes, no aeroporto, mas que pagara Jack assim que retornar do compromisso.

            O caminhoneiro, desconfiado, resolve dar uma carona ao amigo até o aeroporto e lá que os problemas realmente começam, com Jack batendo cabeça com Grace Law (Kim Cattrall) e com o rapto de Miao Yin por uma tong (espécie de gangue) chinesa.

            A partir daí a ação é frenética, percorrendo os subterrâneos de Chinatown, através do covil de um espírito vingativo que tenta quebrar uma maldição que lhe foi lançada há mais de dois mil anos.

            Como disse, o filme é legal, os personagens cativantes, cada um à sua maneira, mas a sequência das ações desenvolve-se muito rápido, de tal maneira que fica difícil acompanhar o seu ritmo, também dando pouco espaço para o desenvolvimento dos personagens. Eles são o que são e só estão ali para fazer a trama andar, em meio a inúmeras lutas de kung-fu e alguns estereótipos orientais que não seriam muito bem aceitados hoje em dia.

 



Fontes: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Trouble_in_Little_China

https://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_Wong

 

 

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

VIZINHOS

 

              Pense na premissa mais implausível para um filme. Pensou? Pois é a desse: Walter (Leandro Hassum), um quadrado funcionário de uma loja de instrumentos musicais, tem um piripaque devido ao excesso de barulho decorrente de sua profissão e é levado às pressas ao hospital, onde descobre que seus nervos podem, literalmente, explodir por causa de qualquer som mais elevado (o que deveria tê-lo levado ao óbito nos primeiros dez minutos de filme...)

            A solução recomendada pela doutora e adotada por Walter e sua esposa Joana (Júlia Rabello) é mudarem-se para uma casa de campo na serra. Mas o sossego dura pouco quando Toninho (Maurício Manfrini) e família retornam de viagem justo para casa do lado, fazendo o maior estardalhaço. Acontece que Toninho é mestre de bateria de uma escola de samba e as festas e ensaios em sua casa são frequentes, para o desespero total do casal ao lado.

            A trama e o roteiro, como um todo, são para lá de previsíveis, a ponto do telespectador conseguir adivinhar o que acontecerá em seguida sem esforço algum, como no caso da cena dos policiais e do envolvimento amoroso, ao melhor estilo Romeu e Julieta, dos filhos dos vizinhos rivais. Bem, pelo menos da parte de Walter, que se incomoda muito com a ideia de que a filha Camila (Julia Foti) esteja namorando Arthur (Lucas Leto), ainda mais com as infindáveis piadas de Toninho sobre o seu filho estar “traçando” a filha do rival.

            As atuações de Hassum e Manfrini são tão caricatas, em pelo menos três quartos do filme, que chega a incomodar bastante. O que realmente salva a película é a presença de Júlia Rabello, pois a sua interpretação é, ao mesmo tempo, natural, convincente e engraçada, sem maneirismos exagerados e, muito provavelmente, reflexo de sua passagem pelo Portas dos Fundos, cujo um dos vídeos mais famosos é estrelado justamente por ela (Sobre a Mesa) e é referenciado/reverenciado numa cena de jantar em família.

            As coisas só vão melhorar lá pelo último quarto do filme, quando ao invés de atuar como antagonistas, os personagens de Hassum e Manfrini acabam por desenvolver uma inusitada parceria que acaba por ascender um ótimo timing cômico entre a dupla, pena que desperdiçado no restante da película.

 


Fontes:

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Vizinhos_(filme_de_2022)

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

ADÃO NEGRO

 

            Por uma série de razões, este artigo é muito especial para mim . Bem, vamos a elas. A primeira delas é o meu retorno a uma sala de cinema depois de muito tempo, desde antes do começo da pandemia. E não há nada mais mágico do que as luzes de uma sala de cinema apagando-se, quando o filme está prestes a começar. É um misto de expectativa e desejo por aventura, pois nunca se sabe o que a tela grande vai nos proporcionar.

            A segunda razão é o meu imensurável amor por quadrinhos, que cultivo desde a infância, o que nos leva a última, mas não menos importante razão, a nostalgia. Pude lembrar-me claramente de um menino de oito anos que, em Maio de 2002, esperava ansiosamente, na fila, para ver o seu herói favorito, um certo escalador de paredes, ganhar as telas pela primeira vez.

            Mas o Cabeça de Teia não é o foco aqui e, sim um obscuro personagem (e não por causa de sua alcunha) da Distinta Concorrência: o Adão Negro. Deixe-me explicar melhor. Para início de conversa, o personagem em questão surgiu como um vilão do Capitão Marvel original (o agora chamado Shazam, mas que anteriormente foi o primeiro a ter tal título até que a DC Comics, atual detentora dos direitos do mesmo, achá-lo muito similar ao seu principal medalhão, o Superman, e resolver processar a Fawcett, editora que publicava as aventuras do herói, fazendo com que o Capitão ficasse no limbo editorial por décadas, o que levou a  editora Marvel, já em meados dos anos 60, a criar um herói com o mesmo nome para poder registrar os direitos da marca, do qual aliás, Carol Danvers era só coadjuvante, tendo levado décadas para ganhar a posição destaque que merece e conquistou a tanto custo. Enfim, por ironia do destino a DC acabou adquirindo os direitos de toda a Família Marvel no início dos anos 70 e não mais podia usar o título de Capitão Marvel nas capas de suas revistas) na revista Família Marvel 1, de Dezembro de 1945, ficando décadas sem aparecer depois disso, não só por causa de toda questão processual acima mencionada, mas também por ser o tipo de vilão que morria no final de sua primeira aparição nas páginas dos quadrinhos.

            Depois dessa longa e complicada explicação (a qual espero que todos tenham entendido, pois é tudo bastante confuso mesmo...), vamos ao filme. Dirigido por Jaume Collet-Serra, com base no roteiro de Adam Sztykiel, Rory Haines e Sohrab Noshirvani, a história se passa 2600 anos antes da Era comum, na nação fictícia do Kahndaq, na qual um jovem escravo ousa se rebelar contra o tirano rei Anh-Kot, sendo condenado à morte por tanto, mas os Magos da Rocha da Eternidade (aquela mesma na qual Billy Batson ganha os seus poderes) o salvam e lhe concedem incríveis habilidades, desde que o garoto diga a palavra mágica (shazam). Assim, surge o Adão Negro (Dwayne Johnson), que impede que o cruel monarca utilize a recém completada coroa de Sabbac.

            Já no presente, o Adão Negro não passa de uma lenda em seu país natal, agora dominado pela Intergangue, cujo objetivo é encontrar a dita coroa. Mas eles encontram na professora universitária Adriana (Sarah Shahi) uma pedra no sapato, que acaba acidentalmente libertando o Adão Negro de sua tumba, onde também estava escondida a coroa demoníaca.

            O ressurgimento do Adão Negro chama a atenção de Amanda Waller (Viola Davis) que contata a Sociedade da Justiça, formada pelo Gavião Negro (Aldis Hodge), Doutor Destino (Pierce Brosnan) e os dois novatos, Ciclone (Quintessa Swindell) e Esmaga-Átomo (Noah Centineo), para lidar com a situação, pondo a equipe super-heróica em rota de colisão com o anti-herói kahndaquiano.  

            Mais do que isso não posso revelar, pois seria entregar por demasia o enredo. O importante é que saibam que a ação é frenética, sendo o foco de todo o longa, esse basicamente movido a efeitos especiais, sem muito espaço para o desenvolvimento de personagens, com a exceção óbvia do Adão Negro, cujos passado e dores são aprofundados. Você também vai rir um pouco, como também se divertir, mas não é um filme inesquecível, somente mais um blockbuster caça-níquel.

            Talvez por isso, quando em relação aos quadrinhos, eu tenha me atido aos gibis, deixando de lado os filmes super-heróicos já há algum tempo. 

NOTA: SPOILERS NO TRAILER! Procurei, mas não encontrei uma versão sem spoilers, então quem AINDA não assistiu o filme, CUIDADO!


Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem-Aranha_(filme)

https://en.wikipedia.org/wiki/Black_Adam#DC_Comics

https://en.wikipedia.org/wiki/Black_Adam_(film)

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

A VIDA COMO UMA CAIXA DE CHOCOLATES

 

         Alguns filmes são como uma caixa de chocolates, sempre que os assistimos, deparamo-nos com algo novo. É o caso de Forrest Gump (1994), dirigido pelo incrível Robert Zemeckis, também responsável pela não menos notável trilogia De Volta Para o Futuro.

            Ganhador de diversos prêmios, inclusive os Óscares da Academia de Melhores Filme, Roteiro Adaptado, Diretor e Ator, o filme gira em torno do personagem título (brilhantemente interpretado por Tom Hanks na fase adulta, diga-se de passagem), um sujeito comum, que apesar de suas dificuldades intelectuais, é criado com todo amor e carinho por sua mãe (Sally Field), que faz das tripas coração para sustentar o seu rebento, desde transformar sua casa em um pensionato a até mesmo vender o seu corpo para garantir que o seu filho pudesse frequentar a escola local.

            Forrest até poderia ter uma vida solitária devido a sua deficiência intelectual e o seu problema nas pernas, que o forçou a usar um aparelho ortopédico, mas o seu bom coração e ingenuidade o tornam o amigo perfeito para Jenny (Robin Wright na fase adulta), uma garota abusada pelo pai, que o menino conhece no ônibus para a escola.

            Assim, conforme Forrest cresce, a sua vida entrelaça-se com a história americana da segunda metade do século XX, seja conhecendo um jovem Elvis Presley, a quem inspira os movimentos dos quadris, ou participando da Guerra do Vietnã, junto de seus amigos Bubba (Mykelti Williamson), um especialista em camarões, e o Tenente Dan Taylor (Gary Sinise), e até mesmo tendo participação ativa no escândalo Watergate, realizando o telefonema que desencadearia a investigação.

            Mais do que isso, Forrest Gump é um filme sobre a vida e como ela é leve como uma pluma, sempre nos levando a lugares inesperados.    

 


Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Forrest_Gump

terça-feira, 18 de outubro de 2022

CINEMA PARADISO

 

              


          O que dizer deste filme? Bom, para começar, é um dos meus favoritos, que já assisti pelo menos três vezes. Também é um filme premiado, tendo recebido tanto o Oscar como o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro de 1990, além de possuir uma incrível trilha sonora e uma maravilhosa fotografia.

            Originalmente lançado na Itália, em 1988, sob o título original de Nuovo Cinema Paradiso, e dirigido por Giuseppe Tornatore, também o roteirista do longa, o enredo trata da vida do cineasta Salvatore Di Vita (Jacques Perrin em sua versão adulta), que logo no início do filme recebe a notícia da morte de seu amigo e figura paterna Alfredo (Philippe Noiret,1930-2006), através de um telefonema de sua mãe.

            Isso o faz evocar as memórias de sua infância, quando era apenas Totó (Salvatore Cascio), um garoto de oito anos que vivia sozinho com a sua mãe, uma viúva, no vilarejo Giancaldo, alguns anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.

            O menino, que era coroinha, sempre que podia passava o seu tempo livre assistindo filmes no Cinema Paradiso, local onde Alfredo era o projetista. Assim, a dupla, ainda que aos trancos e barrancos, desenvolve uma amizade que só se fortalece com tempo, atravessando até mesmo um acidente na cabine de projeção, no qual Alfredo perde a visão após salvar Totó do incêndio que se alastrara pelo local.

            É uma trama comovente, que lida com amadurecimentos, primeiros amores e a descoberta de seu lugar no mundo como ser humano, o que, muitas vezes, pode não ser fácil.   


Nota: não encontrei o trailer dublado, então, como sempre, para aqueles que não dominam o inglês, é só ativar as legendas no próprio vídeo.

Bônus: a fantástica música tema composta por Ennio Morricone!

          

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuovo_Cinema_Paradiso

https://en.wikipedia.org/wiki/Cinema_Paradiso

https://en.wikipedia.org/wiki/Philippe_Noiret

 

 

sábado, 15 de outubro de 2022

ELVIS


          Como todo filme de Baz Luhrmann, diretor de películas como 'Moulin Rouge' e 'O Grande Gatsby', 'Elvis' é um filme glamoroso, cheio de cor, brilho, vida e até mesmo um certo grau de megalomania, mas de certa forma funciona.

            O roteiro não é lá essas coisas, apressando e compactando muitos dos momentos marcantes da trajetória do Rei do Rock. O que salva mesmo o filme, além de um bom enredo (a vida de Elvis Presley), são as atuações de Austin Butler, como o personagem título, e de Tom Hanks como o seu empresário, o “Coronel” Tom Parker. Aliás, é muito difícil que Hanks entregue uma performance ruim, o que de fato não acontece aqui. Sua caracterização e maquiagem estão impecáveis, só é um tanto estranha a escolha de narrar a história de Elvis através dos olhos, ou melhor, perspectiva, do dito “Coronel”.

         Quanto a Butler, admito ter torcido o nariz quando soube de sua escalação para o papel principal, mas ele me surpreendeu, superando todas as minhas expectativas. Junto da caracterização, o ator entrega uma performance realista, roubando a cena em vários momentos, apesar das já apontadas limitações do roteiro.

            Por fim, é digna de nota a atuação de Olivia DeJonge que, mesmo com o seu pouco tempo de tela, consegue comover com sua atuação e fazer parecer que o relacionamento entre o Elvis e a Priscilla da tela grande era mesmo real.

 


 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Elvis_(filme_de_2022)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Baz_Luhrmann

ADEUS, HAGRID - TRIBUTO A ROBBIE COLTRANE (1950-2022)

    Robbie Coltrane (1950-2022) foi um grande ator britânico, conhecido por uma  variedade de papeis, mas para muitos, inclusive para mim, será sempre lembrado como o bondoso meio-gigante Rúbeo Hagrid, Guardião das Chaves de Hogwarts e seu professor de Trato de Criaturas Mágicas. Ontem, desde a triste notícia de sua partida, tenho pensado na melhor forma de homenageá-lo. Não consegui pensar em nada melhor que a cena final de Harry Potter e a Pedra Filosofal. Então, magos e bruxas de todo o mundo ergam as suas varinhas e gritem 'Lumos' a plenos pulmões para que aonde Robbie estiver, nossa luz consiga alcançá-lo!


Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Robbie_Coltrane 

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A CASA DOS ESPÍRITOS

          * em memória da minha querida avó paterna Neise (28 de Agosto de 1943 - 13 de Outubro de 2021), que sempre acreditou em mim e me estimulou a perseguir os meus sonhos. Obrigado, vó. De onde a Sra. estiver, fique com o meu carinho.

           Falar do filme Casa dos Espíritos (1993) é também falar de Isabel Allende, autora do romance que inspirou a trama, assim como de sua terra Natal, o Chile.

            Nascida em 1942, Allende cresceu em meio a um período de transição sociopolítica da sociedade chilena, notavelmente patriarcal à época. Até mesmo pode vivenciar os bastidores do golpe militar, de 1973, que instalou a ditadura do general Pinochet (1915-2006), já que era prima, por parte de pai, do presidente do país andino à altura do golpe, Salvador Allende (1908-1973).

            Com essas informações em mente, fica mais fácil compreender o enredo do filme que trata da saga da família Trueba ao longo de várias décadas, culminando no fatídico golpe de 1973 e suas consequências para tal clã.

            Tudo começa com Blanca (Winona Ryder) retornando a Três Marias, fazenda de seu pai, Esteban Trueba (Jeremy Irons), junto do mesmo e da pequena Alba (Sasha Hanau), sua filha.

Lá, Blanca começa a ler os diários de sua mãe, Clara (Meryl Streep) e começa a ter um melhor entendimento da dinâmica de sua família. Ela descobre que, Clara, ainda criança, dava sinais de possuir fortes poderes espirituais, chegando a aconselhar várias pessoas com os seus pressentimentos.

Tudo muda, porém, quando ela prevê a morte acidental de alguém de sua família e tal vítima acaba sendo a sua irmã mais velha Rosa (Teri Polo), até então noiva de Estaban, que acaba ingerindo uma dose fatal de veneno no lugar do pai, Severo del Valle (Armin Mueller-Stahl), que havia começado a se envolver com a política local e feito alguns inimigos.

Assim, sentindo-se culpada, Clara não diz uma palavra por anos, até que Esteban retorna a sua vida e acaba se casando com a irmã mais nova de sua finada noiva, levando-a para morar em Três Marias com ele e sua irmã Ferula (Glenn Close).

Os problemas começam a surgir daí. Esteban ressente-se da interferência da irmã em sua vida marital, sem nem ao menos imaginar que foi a própria Clara, num gesto de puro altruísmo, que convidou a cunhada para viver com eles, pois aos seus olhos ela tornara-se também sua irmã, ainda que pelo casamento.

Só que Esteban não consegue entender isso e muitas outras coisas, como a passagem do tempo e quebra de paradigmas do mundo conservador e patriarcal em que foi criado e insiste em levar adiante, de certa forma, através de sua filha Blanca.

É um belo filme, com muitos outros acontecimentos desenrolando-se a partir daí. A única crítica que posso fazer, se é que posso me atrever a tanto, é que a película, dirigida Bille August, não seria feita, na atualidade, com elenco que possui, apesar de contar com medalhões como Meryl Streep, Jeromy Irons, Winona Ryder e um Antônio Banderas em início de carreira, devido à falta de diversidade e representação étnica do povo latino. 

 


Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Casa_dos_Esp%C3%ADritos_(filme)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_Allende 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Chile_em_1973 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Pinochet 

https://www.imdb.com/title/tt0107151/fullcredits/?ref_=tt_cl_sm 

https://www.imdb.com/title/tt0107151/ 

https://www.imdb.com/name/nm0000090/?ref_=ttfc_fc_cl_t29

https://www.imdb.com/name/nm0000806/?ref_=tt_ov_dr

 

 

 

domingo, 9 de outubro de 2022

SE O SAPATO ENCAIXAR...

 

           


         Eu assisti este filme por acaso. Na verdade, só o fiz porque minha avó materna estava aqui em casa e queria ver algo leve e divertido, ‘sem maldades’, como diz ela. Então, escolhi o filme ‘A Nova Cinderela: se o sapato encaixar...’, de 2016.

         De cara, lembrei do filme ‘A Nova Cinderela’, de 2004, estrelado por Hilary Duff e Chad Michael Murray e imaginei se ambos estavam relacionados. Pesquisei e descobri que sim,  ‘... se o sapato encaixar...’ é o quarto filme da franquia, o que é surpreendente por si só, já que a premissa dos dois filmes é basicamente uma mesma versão contemporânea do conto de fadas infantil: uma bela garota, maltratada por uma madrasta e duas meias-irmãs malvadas, apaixona-se por um ‘príncipe encantado’, que no caso do filme de 2016, é um astro do rock. Bastante original, huh?

            Bem a trama toda é um tanto implausível: essa família descompensada vai passar as férias num resort, no qual haverá um concurso para escolher uma Cinderela que estrelará uma peça ao lado do jovem popstar Reed, interpretado por Thomas Law.

           Obviamente, o trio formado pela madrasta Divine (Jennifer Tilly), uma perua arrogante, e as suas duas filhas destrambelhadas Olympia (Jazzara Jaslyn) e Athena (Amy Louise Wilson) se acha a última bolacha do pacote, numa atuação caricata para lá de forçada.

         O que salva esse filme, para lá de mediano, é atuação de sua protagonista, bastante profunda e apaixonante, fazendo o melhor que pode com um roteiro que não é lá essas coisas, afinal foi reciclado umas quatro vezes, contando os filmes anteriores.

Fato que me surpreendeu, pois não achei que encontraria uma intérprete tão boa no papel de Tessa, a Cinderela dessa versão. Aliás, achei-a bastante familiar... e realmente era, já que se tratava de Sofia Carson, a estrela do filme Continência ao Amor (2022) da Netflix, sobre o qual já escrevi aqui no The End.

Aconselho que fiquem de olho na Srta. Carson, pois pelo visto a mesma vai longe!

 



Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cinderella_Story

https://en.wikipedia.org/wiki/A_Cinderella_Story:_If_the_Shoe_Fits

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

O TESOURO DE SIERRA MADRE

 

         Não se deixem enganar, este é um filme sobre ganância, cobiça e paranoia. E não há nada de errado com isso. A trama funciona e os seus personagens são muito bem construídos, principalmente Fred C. Dobbs, magistralmente interpretado por Humphrey Bogart (1899–1957).

         A película ‘O Tesouro de Sierra Madre’ (1948), baseada no romance de mesmo nome de B. Traven (1882-1969), roteirizada e dirigida por John Houston (1906–1987), começa justamente com Dobbs vagando, sem rumo, pelas ruas de Tampico, uma cidadezinha no México, no ano de 1925.

Lá ele aborda compatriotas americanos por dinheiro para uma refeição, ou melhor, pede ao mesmo sujeito várias vezes um trocado, até que o mesmo acaba perdendo a paciência e mandando ele tomar prumo e arrumar um emprego.

          Em meio a esses acontecimentos, Dobbs conhece, em uma praça, um outro americano chamado Curtin (Tim Holt, 1919–1973) com quem logo trava amizade, de que forma que, juntos, aceitam o emprego que lhes é oferecido por Pat McCormick (Barton MacLane, 1902–1969).

         A dupla trabalha duramente, por semanas, para McCormick, no que parece ser um poço de petróleo e, ao voltarem a Tampico, Pat lhes dá uns trocados para irem até um bar, enquanto ele recebe o dinheiro para pagar os funcionários.

           Após algumas doses, Dobbs e Curtin percebem que foram enganados. Assim, com o restante do dinheiro que lhes foi dado por McCormick, conseguem se ajeitar num albergue no qual acabam conhecendo o velho minerador Howard (Walter Huston, 1883–1950, e pai do diretor John Houston) que semeia na mente da dupla a ideia de garimpar ouro, um sonho aparentemente impossível devido à falta de grana dos três.

         Mas a situação aparentemente se resolve quando Dobbs e Curtin reencontram, por acaso, Pat e acertam as contas com ele, dando-lhe uma merecida sova e pegando o pagamento, pelo trabalho, que lhes era seu por direito.

            Ainda assim, falta uma parte dos fundos para custear a expedição de garimpo que, incrivelmente, é resolvida pela sorte de Dobbs, que ganha duzentos pesos devido a um bilhete de loteria que comprou de um garoto mais cedo, no início do filme.

            Com tudo pronto, o trio parte em sua expedição para encontrar ouro e, de fato, o encontra, mas é aí que os problemas realmente começam, já que um deles se vê vítima da febre do ouro enquanto outros acontecimentos movem a trama até o seu surpreendente final.

 


 Nota: novamente, me perdoem. Não consegui achar o trailer dublado, mas sempre há opção de ativar as legendas na configuração do vídeo do YouTube.

Fontes:

https://www.imdb.com/name/nm0000007/?ref_=tt_ov_st

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Tesouro_de_Sierra_Madre

https://pt.wikipedia.org/wiki/B._Traven

https://www.imdb.com/name/nm0001379/?ref_=tt_ov_dr

https://www.imdb.com/name/nm0392529/?ref_=tt_cl_t_3

https://www.imdb.com/name/nm0533692/?ref_=tt_cl_t_5 

https://www.imdb.com/name/nm0404158/?ref_=tt_cl_t_2

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

PRESSENTIMENTO RUIM

 

         


          Premonição (Final Destination, 2000) é um filme cuja premissa é interessante, mas falha tenebrosamente em entregar o que promete: um suspense instigante.

            Dirigida por James Wong (aquele mesmo que dirigiu alguns episódios de Arquivo X e a horrenda adaptação de Dragon Ball para o cinema), a trama gira em torno de um grupo de alunos do ensino médio que está prestes a viajar em uma excursão para Paris, mas quando abordo da aeronave, um deles, Alex Browning (Devon Sawa), tem uma premonição de que o avião irá explodir (lembrem que o filme foi lançado antes de 11 de Setembro de 2001, senão não haveria a menor chance de uma película dessas chegar as telas naquela época), então ele e mais alguns colegas e uma professora são expulsos do avião, que de fato explode, para o espanto geral.

            A partir daí começa um jogo de gato e rato para evitar que os sobreviventes morram, por aparentemente estarem em dívida com a morte. A única chance deles são as premonições de Alex, que não são levadas muito a sério no começo, a não ser por Clear Rivers (Ali Larter), que, de alguma maneira, tem uma conexão empática com Alex.

            O maior problema é que os personagens são rasos e bidimensionais: o valentão e sua namorada loira, o idiota atrapalhado que é amigo de todos... mas eles não parecem reais, são apresentados apressadamente e sem muito contexto a não ser o fato de que estudaram juntos. Além de que o só Alex ter as tais premonições torna tudo um tanto quanto forçado, deixando-o mais com cara de maluco do que tudo, ainda mais quando ele descobre o suposto padrão das mortes que movimenta a trama.


Nota: não consegui achar o trailer dublado, então favor ativar as legendas do vídeo em suas configurações. 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Final_Destination

https://en.wikipedia.org/wiki/James_Wong_(filmmaker)

 

 

ENTREVISTA COM LUCIANO CARRIERI

  Luciano Carrierri  é um advogado e pai de família que nas horas vagas gosta de desbravar o mundo dos jogos de tabuleiro. Hoje conversarei ...