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domingo, 18 de setembro de 2022

SOBRE ADOLESCENTES “REAIS”

 

       De cara, achei ter me deparado com mais um filme baseado num clichê e não estava enganado. Royalteen (2022) parte da mesma fórmula básica de ‘Um Príncipe em Minha Vida’ (aquele filme lá de 2004 com Julia Stiles): garota se apaixona por um príncipe e tem de aprender a lidar com as peculiaridades de se envolver com a realeza.

        Mas diferente da película de 2004, em Royalteen não é o rapaz que tem de lidar com um segredo, escondendo a sua origem nobre, mas sim a garota. E não é qualquer segredo que Lena (Ines Høysæter Asserson) tenta encobrir. Aliás, são mais de um, apesar que um deles não deixa de ser previsível logo nos primeiros momentos do filme. No entanto, é o que torna a sua personagem crível, aprendendo a lidar com o que ela se tornou e o que ela era. É um arco profundo de amadurecimento.

       Kalle (Mathias Storhøi), o príncipe em questão, também têm as suas nuances bem aprofundadas, principalmente sobre o conflito sobre quem ele é, a imagem que aparenta e o que esperam dele.

    Fora isso, não esperem muito mais desse filme norueguês. É divertido, mas os personagens secundários são rasos e pouco trabalhados, só estando lá para servir de contexto ao romance principal. A única exceção é o caso da Princesa Margrethe (Elli Rhiannon Müller Osborne) que é o tipo de personagem que o público adora odiar.




 E não deixem de seguir o Instagram do The End: @theendbycastan

Fontes:

https://www.imdb.com/title/tt15022184/?ref_=nmbio_mbio

sábado, 17 de setembro de 2022

THE FABELMANS

         Este é o trailer do novo filme do diretor Steven Spielberg, The Fabelmans, cujo enredo semi-biográfico é baseado na vida do próprio diretor, narrando a vida de um garoto aspirante a cineasta durante a sua juventude no Arizona dos anos 50 e princípio dos anos 60. Parece ser um grande filme. O que vocês acharam?



quinta-feira, 15 de setembro de 2022

BONEQUINHA DE LUXO

 

         

       Não sei como começar estas linhas, sem dizer que foi este filme, Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s,1961, algo como “Café da Manhã na Tiffany’s”, numa tradução literal para o português, sendo Tiffany’s uma famosa loja de departamentos,) que me fez apaixonar-me por Audrey Hepburn (1929-1993).

Uma paixão platônica, é claro, mas não só motivada pela beleza de Audrey, mas também pela profundidade de sua interpretação de Holly Golightly, a acompanhante de luxo (termo polido para prostituta) que sonha em se casar com um ricaço e se tornar uma grande atriz e é a personagem principal do filme.

Mas como uma personagem com uma moral, no mínimo, dúbia poderia fazer um adolescente sonhador de dezesseis anos como eu, à época, apaixonar-se por ela? A explicação é simples: apesar de ambiciosa, Holly é humanizada, somos levados a conhecer seus anseios e inseguranças na trama dirigida por Blake Edwards (1922-2010).

Baseado num conto de Truman Capote (1924-1984), o notável autor do best-seller ‘À Sangue Frio’, o enredo nos conduz ao passado trágico de Holly quando ele volta a bater, de surpresa, a sua porta. O seu único esteio é o escritor Paul (George Peppard, 1928-1994), que há pouco se mudara para o edifício onde mora Golightly, que passa a chamá-lo afetuosamente de Fred, por lembrá-la de seu irmão de mesmo nome,

Como qualquer homem, Fred, ou melhor, Paul se vê caindo de amores por Holly, que reluta em aceitar tal amor não só por suas ambições, mas devido a cicatrizes mais profundas, que carrega na alma, por conta de seu passado conturbado.

Também é extremamente válido mencionar a canção Moon River, composta por Henry Mancini (1924-1994) e tema do filme, cuja letra é tão cativante quanto a melodia é bela e ressoa na alma de qualquer um que a escutar.

O único grande ‘porém’ da película é a interpretação de Mickey Rooney (1920-2014) como o Sr. Yunioshi que, nos tempos do politicamente correto, é para lá de inaceitável, apesar de engraçada, pois consiste não só num caso de estereotipação, como também de “asianface”, no caso, um ator branco atuar caracterizado como um oriental.


Essa é a sequência de abertura do filme, com uma versão instrumental da canção Moon River


Esse é o trailer do filme
 

Fontes: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Breakfast_at_Tiffany%27s

https://pt.wikipedia.org/wiki/Audrey_Hepburn

https://pt.wikipedia.org/wiki/Blake_Edwards

https://pt.wikipedia.org/wiki/Truman_Capote

https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Peppard

https://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Mancini

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

O NASCIMENTO DE UMA MENTIRA (POIS DE UMA NAÇÃO É QUE NÃO FOI)

          Não tenho palavras para descrever este filme. E isso não é uma coisa boa. ‘O Nascimento de uma Nação’, baseado no romance ‘The Clansman: An Historical Romance of the Ku Klux Klan’ (Os Homens da Clã: Um Romance Histórico da Ku Klux Klan, numa tradução livre do inglês), de Thomas Dixon Jr. (1864–1946) e dirigido por D.W. Griffith (1875–1948), é uma película de embrulhar o estômago, para dizer o mínimo. Para se ter ideia, nunca tive tanta vergonha de ser branco quanto ao assistir esse filme (não que tenha me orgulhado disso alguma vez...)

            A trama gira em torno de duas famílias, os Stoneman, do Norte, e os Cameron, do Sul, e como ambas lidam com acontecimentos como a Guerra Civil Americana, o assassinato de Lincoln e a Reconstrução do Sul no cenário pós-guerra.

O grande problema é que tudo não passa de uma falácia melodramática que tenta vender a Ku Klux Klan como um grupo heroico e não um bando de racistas, ignorantes e sanguinários que de fato era.

Como se isso não bastasse, o enredo também tenta fazer o espectador engolir que a população negra do Sul, praticamente composta por ex-escravos, de alguma forma, dominou os ‘pobres sulistas brancos’, impedindo-os de votar, quando se sabe que, na verdade, foi o contrário que aconteceu, com a implantação da segregação racial, através das leis Jim Crow.

A cereja do bolo é o uso descarado (e, diga-se de passagem, malfeito) da do blackface, técnica que consistia em simplesmente pintar atores brancos de preto para fazê-los se passar por negros diante das câmeras... é até difícil imaginar o porquê, já que economicamente não faz sentido algum. Além do fato que os salários dos atores brancos deveriam ser muito superiores aos dos poucos atores e atrizes negros (se é que havia algum) daquela época, também havia os custos adicionais com maquiagem... assim, só consigo explicar uma bobagem dessas de duas maneiras: puro racismo ou a imensa dificuldade encontrar atores ou atrizes negros que se dispusessem a participar de tal presepada.

Assistir esse filme até o final é um desafio e somente vale a pena para entender o quão ignorante e preconceituoso pode ser o ser humano e utilizar essa lição para que atrocidades como tais não se repitam.


Para quem quiser conferir, disponho o filme inteiro na íntegra acima, o único porém é que o filme não é legendado em português. 

 Fontes:

 https://www.imdb.com/title/tt0004972/

 https://www.imdb.com/name/nm0228746/?ref_=tt_ov_wr

 https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Nascimento_de_uma_Na%C3%A7%C3%A3o

 https://www.imdb.com/name/nm0000428/?ref_=tt_ov_dr

https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Jim_Crow#:~:text=As%20leis%20de%20Jim%20Crow,ap%C3%B3s%20o%20per%C3%ADodo%20da%20Reconstru%C3%A7%C3%A3o

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O DIA DE FOLGA DE FERRIS

        “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller’s Day Off, no original, em inglês, cuja tradução livre é ‘O Dia de Folga de Ferris Bueller’, daí o título do artigo) é um clássico filme da Sessão da Tarde. Quem nunca o assistiu por lá pelo menos uma vez? Eu já. Aliás, o meu primeiro contato com o mesmo se deu através de uma de tais exibições. Creio também ter sido o primeiro trabalho do finado diretor John Hughes (1950-2009) que assisti na vida, ainda que não soubesse se tratar de uma obra dele.

         A trama do filme, de 1986, é bastante simples, porém cativante: Ferris (Matthew Broderick), o garoto mais popular da escola, que consegue escapar impune de qualquer problema com sua engenhosidade, decide matar aula e tirar um dia de folga. Afinal, o que poderia dar errado para ele?

         No entanto, o garoto não pretende partir sozinho em tal aventura, convencendo, com algum custo, o seu melhor amigo, o deprimido Cameron (Alan Ruck) a ir com ele e ainda por cima levar a Ferrari de seu tirano pai com eles.

       A partir daí, a loucura e a inconsequência correm soltas, desde buscar Sloane (Mia Sara), a namorada de Ferris, mais cedo da escola, através de um ardil em que os garotos conseguem se passar pelo pai dela no telefone e, até mesmo, impersoná-lo, na cara dura, ainda que a distância, na frente do colégio, a uma visita ao Museu de Arte de Chicago, no qual Cameron ‘se perde’ na pintura “Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte”, de George Seurat (1859-1891), que aliás, tornou-se a minha pintura favorita, da qual até mesmo possuo uma réplica, pintada por minha falecida avó paterna, no meu quarto, e a invasão de Ferris a uma parada, na qual ele dubla a versão da música Twist and Shout dos Beatles, levando uma multidão a loucura, no que se tornou uma cena antológica.

            Vale a pena conferir, pois, no final do dia, todos somos um pouco como Cameron, ainda que, em nossos íntimos, quiséssemos ser mais audaciosos como Ferris e encarar a vida sem medo. 

        Salve Ferris!

 




Fontes: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferris_Bueller%27s_Day_Off

https://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Seurat

https://pt.wikipedia.org/wiki/Uma_Tarde_de_Domingo_na_Ilha_de_Grande_Jatte

https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Hughes

 

 

 

 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

UMA CIDADE CHAMADA METROPOLIS

“O mediador entre o cérebro e as mãos deve ser o coração”

       Não, não se trata da cidade defendida pelo Superman, apesar da mesma ter recebido o seu nome devido ao filme que é assunto deste artigo. Essa é apenas uma das várias obras que Metropolis, de 1927, inspirou e influenciou.
    Dirigido por Fritz Lang (1890-1976), cineasta austríaco, veterano da 1ª Guerra Mundial, e principal expoente da escola cinematográfica expressionista alemã, Metropolis é considerado um dos primeiros, senão o primeiro longa-metragem de ficção-científica distópica da história.
 Enquanto a classe operária trabalha incessantemente, durante 10 horas por dia, lidando com máquinas infernais, numa produção interrupta (numa clara alusão a linha de produção fordista), passando o restante do seu tempo na Cidade dos Trabalhadores, localizada nos subterrâneos da cidade futurista, (numa óbvia crítica ao abismo que existe entre os mais ricos e os mais pobres em muitas sociedades), a classe mais abastada, os habitantes da dita Metropolis, que dá nome ao filme, dividem o seu tempo com frivolidades, ou no Clube dos Filhos, onde praticam esportes, ou nos Jardins Eternos, uma espécie de parque das delícias carnais, onde belas e jovens mulheres são a principal atração, no que parece ser uma das primeiras críticas a objetificação da mulher e de seu papel na sociedade que se tem notícia, pelo menos na tela grande.
    A sua trama é baseada no romance de mesmo nome de Thea von Harbou (1888-1954), esposa de Lang na época, tendo sido publicado em fascículos na revista Illustriertes Blatt, de Frankenfurt, a partir de 1925, trazendo em suas páginas também fotos da produção do filme.
    O roteiro da película, assim como o livro, é de autoria de Von Harbou, cuja premissa básica é a boa e velha luta de classes ambientada no então distante ano de 2026.
  São nesses ambientes que o espectador é apresentado a Freder Fredersen (Gustav Fröhlich,1902–1987, um jornalista que incialmente, faria uma ponta de figurante, como um dos muitos operários, até chamar a atenção de Brigitte Helm,1906–1996, estrela do filme, que o recomendou a Lang para protagonizar a trama ao seu lado), o filho do Manda-Chuva de toda Metropolis, Joh Fredersen (Alfred Abel, 1879–1937).

    Aparentemente, Freder é um jovem feliz em sua ignorância, praticando atletismo com os seus amigos no Clube dos Filhos ou divertindo-se nos Jardins Eternos, mas um dia tudo muda, quando nesse último lugar, Maria (Brigitte Helm), numa visita não-autorizada, leva algumas crianças, filhas dos operários, para conhecer os seus irmãos da superfície.

    O encontro abala profundamente Freder não só porque ele começa a apaixonar-se por Maria, mas também por abrir os seus olhos para o mundo que existe além do dele. De tal forma que, tal qual na obra “O Príncipe e o Mendigo” (1881), de Mark Twain (1835-1910), Freder troca de lugar com o trabalhador Georgy, ou operário 11811 se preferir, para ver como realmente vivem os trabalhadores e reencontrar Maria.

    Ao mesmo tempo, Joh Fredersen preocupa-se com um misterioso pedaço de papel que, aparentemente, contém uma espécie de planta-baixa e foi encontrada junto de um dos operários que foi vitimado num grande acidente em meio as máquinas. Acidente esse que Freder presenciou, em sua busca por respostas, mesmo que seu pai de nada desconfie.

    Esse evento leva pai e filho a tomarem caminhos opostos, enquanto o primeiro vai em busca de respostas junto ao cientista louco Rotwang, que rapidamente desvenda o mistério da planta-baixa como um mapa das catacumbas abaixo da Cidade dos Operários, o segundo é levado direto até elas por colegas operários, chegando a uma antiga catedral, cuja idade remonta há mais de 2000 anos.

    Antes que as histórias dos membros da família Fredersen se cruzem, Rotwang mostra a Joh a sua última e grande invenção, pela qual sacrificou a sua mão direita: a androide que trará de volta à vida Hel, amada tanto do cientista quanto do capitalista, sendo que esse último teve a sorte de desposá-la e ter um filho com ela. Trata-se da mãe de Freder, que morreu dando-lhe à luz.

    Abalado com que foi lhe mostrado, Joh deixa-se conduzir, pelas catacumbas, por Rotwang, até chegarem a uma fenda pela qual podem enxergar o interior da catedral.

    Lá está Maria pregando sobre o grande mediador, uma espécie de messias que ajudará na conturbada relação entre operários e capitalistas. Para tanto, ela se utiliza da parábola da Torre de Babel, na qual os seus arquitetos não conseguiram passar a sua visão da construção para os operários, vindos de terras distantes.

  Em meio aos trabalhadores ali reunidos, escutando a pregação, está Freder que, finalmente, compreende que é dele o papel de mediador. É interessante esse aspecto na relação entre Freder e Maria, sendo que essa última serve como preceptora do messias que virá, numa interessante analogia tanto a Virgem Maria, mãe de Jesus, da qual obviamente a personagem tira o seu nome, como a João Batista, aquele que prepara o terreno, por assim dizer, para as pregações do Nazareno.

    De volta a Joh e Rotwang, enquanto o primeiro fica horrorizado com a possibilidade de uma revolução operária, o último percebe a presença de Freder no interior da catedral, após a multidão começar a dispersar-se e o jovem seguir até ao altar ao encontro de Maria.

     O cientista nada diz quanto a isso ao seu companheiro que, por sua vez tem suas próprias ideias: substituir Maria pela androide de Rotwang, de modo que ele possa comandar os rumos da suposta revolução, ficando clara a conexão anteriormente com João Batista, também um mártir, que tudo sacrifica por seu Messias.

    E assim a história prossegue, mas não esperem que o final aqui seja relatado. O principal objetivo dessas linhas é fazer com que vejam o filme e tirem as suas próprias conclusões a respeito.

    Ah, uma última coisa, qualquer semelhança da androide do filme Metropolis e C3-P0, da saga Star Wars, NÃO é mera coincidência.

           


 

Nota: o crédito das imagens dos bastidores do filme está na parte superior das mesmas, da conta do Instagram da qual as retirei:

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Fritz_Lang

https://www.imdb.com/name/nm0000485/

https://www.imdb.com/title/tt0017136/

https://www.imdb.com/title/tt0017136/trivia/?ref_=tt_trv_trv

https://en.wikipedia.org/wiki/Thea_von_Harbou

https://en.wikipedia.org/wiki/Metropolis_(novel)

https://www.imdb.com/name/nm0375609/?ref_=tt_cl_t_1

https://www.imdb.com/name/nm0297054/?ref_=tt_cl_t_3

https://www.imdb.com/name/nm0002154/?ref_=tt_cl_t_2

https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Prince_and_the_Pauper

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mark_Twain

             

sábado, 3 de setembro de 2022

COMO SERIA SE...?

              Na vida, às vezes, nos pegamos a pensar como seriam nossas existências se tivéssemos tomado escolhas diferentes no passado. Essa é a premissa básica deste filme da Netflix, no qual somos apresentados a Natalie (Lili Reinhart) que ao estudar com o amigo Gabe (Danny Ramirez), na biblioteca da faculdade, acaba fazendo sexo com ele no alojamento estudantil.

            Algum tempo se passa e, na festa de formatura de sua fraternidade, Natalie passa mal e é acudida, no banheiro, por sua melhor amiga, Cara (Aisha Dee), que traz consigo medicamentos para enjoo e dois testes de gravidez.

            A partir do resultado do teste de gravidez, a história divide-se em duas: em uma Natalie não está grávida e segue com o seu plano de mudar-se para Los Angeles, com Cara, para seguir uma carreira na animação de filmes. Na outra, ela realmente engravida e decide ter a criança, com o total apoio de Gabe, mas acaba não indo para Los Angeles. E assim a trama é conduzida, mostrando o desenrolar da vida de Natalie em cada uma dessas bifurcações da realidade.

            A história é interessante, mas as transições entre realidades são um tanto abruptas e não há como deixar de ter uma realidade preferida que, no meu caso, foi a do bebê, principalmente, por conta de uma cena em que Tina (Andrea Savage), a mãe de Natalie, algumas semanas após o parto da neta, explica para filha que ter um filho é também ficar de luto por si mesma por algum tempo, pela pessoa que era, pois nunca mais ela deixará de ser mãe, apesar de amar a criança com todas suas forças. Eu, em minha ignorância masculina, nunca tinha visto uma definição tão clara e tocante do que é a depressão pós-parto e como ela pode afetar uma mulher.

            Apesar de acompanhar a jornada de Natalie ser gratificante, principalmente por cenas como a descrita acima, o filme tem lá as suas falhas. O conceito é bom, mas conduzido muito rapidamente, dando a impressão de estarmos assistindo dois filmes ao mesmo tempo. Nesse ponto, talvez a trama funcionasse melhor como uma série.

            Por fim, algumas atitudes de Natalie, ou falta delas, não deixam de ser frustrantes, principalmente no quesito de seus relacionamentos amorosos. No entanto, o filme não deixa de ser divertido por conta disso. Enfim, assistam e tirem as suas próprias conclusões.



Fonte:

https://en.wikipedia.org/wiki/Look_Both_Ways_(2022_film)


        

ENTREVISTA COM LUCIANO CARRIERI

  Luciano Carrierri  é um advogado e pai de família que nas horas vagas gosta de desbravar o mundo dos jogos de tabuleiro. Hoje conversarei ...