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sábado, 3 de setembro de 2022

COMO SERIA SE...?

              Na vida, às vezes, nos pegamos a pensar como seriam nossas existências se tivéssemos tomado escolhas diferentes no passado. Essa é a premissa básica deste filme da Netflix, no qual somos apresentados a Natalie (Lili Reinhart) que ao estudar com o amigo Gabe (Danny Ramirez), na biblioteca da faculdade, acaba fazendo sexo com ele no alojamento estudantil.

            Algum tempo se passa e, na festa de formatura de sua fraternidade, Natalie passa mal e é acudida, no banheiro, por sua melhor amiga, Cara (Aisha Dee), que traz consigo medicamentos para enjoo e dois testes de gravidez.

            A partir do resultado do teste de gravidez, a história divide-se em duas: em uma Natalie não está grávida e segue com o seu plano de mudar-se para Los Angeles, com Cara, para seguir uma carreira na animação de filmes. Na outra, ela realmente engravida e decide ter a criança, com o total apoio de Gabe, mas acaba não indo para Los Angeles. E assim a trama é conduzida, mostrando o desenrolar da vida de Natalie em cada uma dessas bifurcações da realidade.

            A história é interessante, mas as transições entre realidades são um tanto abruptas e não há como deixar de ter uma realidade preferida que, no meu caso, foi a do bebê, principalmente, por conta de uma cena em que Tina (Andrea Savage), a mãe de Natalie, algumas semanas após o parto da neta, explica para filha que ter um filho é também ficar de luto por si mesma por algum tempo, pela pessoa que era, pois nunca mais ela deixará de ser mãe, apesar de amar a criança com todas suas forças. Eu, em minha ignorância masculina, nunca tinha visto uma definição tão clara e tocante do que é a depressão pós-parto e como ela pode afetar uma mulher.

            Apesar de acompanhar a jornada de Natalie ser gratificante, principalmente por cenas como a descrita acima, o filme tem lá as suas falhas. O conceito é bom, mas conduzido muito rapidamente, dando a impressão de estarmos assistindo dois filmes ao mesmo tempo. Nesse ponto, talvez a trama funcionasse melhor como uma série.

            Por fim, algumas atitudes de Natalie, ou falta delas, não deixam de ser frustrantes, principalmente no quesito de seus relacionamentos amorosos. No entanto, o filme não deixa de ser divertido por conta disso. Enfim, assistam e tirem as suas próprias conclusões.



Fonte:

https://en.wikipedia.org/wiki/Look_Both_Ways_(2022_film)


        

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