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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

AS ESTRELAS BRILHAM NA CIDADE

       

          Há algo de especial nos filmes época, ainda mais os que são inspirados em histórias reais, como é o caso de “As Estrelas Brilham na Cidade” (The Chaperone, 2018, algo como ‘A Acompanhante’, numa tradução literal).

      A trama, dirigida por Michael Engler, com roteiro de Julian Fellowes, baseado no livro de Laura Moriarty, gira em torno de Norma Carlisle (Elizabeth McGovern), a tal acompanhante do título original.

    Tudo começa, em 1922, numa apresentação de dança na casa da família Brooks, na qual Louise (Haley Lu Richardson) é a atração principal, enquanto sua mãe, Myra (Victoria Hill), toca piano.

Norma é uma das espectadoras, junto de seu marido Howard (Tyler Weaks). Ela fica encantada com o talento de Louise Brooks (que realmente é uma figura histórica, uma atriz de certo renome no final dos anos 20 e durante a década de 30) e fica ainda mais interessada ao ouvir a mãe da garota mencionar que precisa de uma acompanhante para a sua filha durante uma temporada em Nova York, enquanto Louise participa de um curso de dança, pois, na época, não era de bom tom que moças de família andassem desacompanhadas.

De pronto, Norma se oferece, sob o olhar surpreso de seu marido. Logo, percebemos que algo não vai bem no casamento deles (e ao longo do filme descobrimos o porquê). No entanto, Howard não se opõe, de modo que Norma e Louise partem para Nova York.

Lá, descobrimos mais sobre o passado de Norma, o fato que ela é uma órfã, deixada num lar para mulheres desemparadas, local que acolhia crianças geradas fora do casamento e as encaminhava, via trem, para as suas novas famílias adotivas, situação muito comum no final do século XIX e início do XX. E é essa a sua grande motivação para ir a Nova York: descobrir a verdade por trás de seu passado.

Assim, as histórias de Norma e Louise se entrelaçam, pois enquanto a primeira busca por suas origens, também acaba por assumir o papel de mentora de Louise, uma garota extremamente talentosa, porém perdida, devido a uma profunda chaga de seu passado.

É uma história comovente, que trata de assuntos importantes, como o papel das mulheres na sociedade que, na época, haviam acabado de conseguir o seu direito ao voto, mas ainda se viam presas a coisas como espartilhos, além de questões como a segregação racial e a lei seca.

Em suma, é um filme interessante e de conteúdo relevante.

 


Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/The_Chaperone_(2018_film)

Um comentário:

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