Quem é Scarlett O’Hara (Vivien Leigh, 1913-1967)? Essa é a pergunta que o filme ‘E o Vento Levou...’, de 1939, dirigido por Victor Fleming (1889-1949), com base no único romance escrito pela jornalista Margaret Mitchell (1900-1949), durante um período de convalescência, tenta responder.
Não que seja um mistério. O roteiro, adaptado por Sidney Howard (1891-1939), logo nos mostra a garota fútil, mimada e arrogante que Scarlett é, o tipo de personagem que todo mundo adora odiar. A grande questão é quem ela vai se tornar.
Logo
no início do filme, a adolescente tem as suas ilusões românticas acerca do
vizinho Ashley Wilkes (Leslie Howard, 1893-1943) destroçadas, ao saber do
noivado do mesmo com sua prima Melanie Hamilton (Olivia de Havilland,
1916-2020).
Ainda muito ingênua e
acreditando que tudo não passa de um engano, que o mundo continua aos seus pés,
Scarlett resolve tomar uma atitude, um primeiro indício de que ela não é como
as outras damas de sua geração, possuindo alguma garra e fibra para lutar pelo
que quer (ou pelo menos imagina querer).
Então, durante o
churrasco de comemoração do noivado em Twelve Oaks (Doze Carvalhos), a fazenda
dos Wilkes, Scarlett espera todas as damas terem se retirado para descansar e
encurrala Ashley na biblioteca da casa principal, declarando a ele o seu amor,
deixando todo o seu orgulho de lado, e dizendo que ele deve se casar com ela.
O Sr. Wilkes, apesar de
tentado, a recusa, muito devido a sua honra e palavra de um cavalheiro do Sul,
abandonando uma furiosa Scarlett na biblioteca, que não perde tempo ao arremessar
um vaso contra uma parede, demonstrando toda a sua frustração.
Aí que percebemos que a
dupla não estava sozinha durante a confissão da moça, pois Rhett Butler (Clark
Gable, 1901-1960) faz notar a sua presença, levantando-se do sofá no qual
estava deitado no cômodo.
Ele alfineta Scarlett
por conta de seu comportamento tolo, que poderia pôr a reputação dela a perder.
E assim começa um relacionamento de gato e rato, pois ao mesmo tempo que Rhett
ama e deseja a moça, ajudando-a como pode, também não pode deixar de
espezinhá-la, de modo a atiçá-la, não só a confessar os seus sentimentos por
ele, mas também a expandir os seus horizontes e perceber que o mundo não gira
em torno de seu próprio umbigo. Não que Scarlett deixe barato, tendo sempre
pronta uma resposta na ponta da língua ou uma provocação para Rhett.
Mas nem tudo são flores
na concretização de tal romance. Vários osbstáculos se entrepõem a felicidade
de ambos, como a eclosão da Guerra Civil Americana, o incêndio de Atlanta e
muitas outras situações, que não vou relatar para não estragar a surpresa de
quem for assistir ao filme.
Só adianto isso: o
filme é tão bom que levou para casa as estatuetas de Melhor Filme, Melhor
Diretor (para Fleming), Melhor Atriz (para Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante
para Hattie McDaniel (1893-1952) por sua interpretação da escrava Mammy, a
mucama de Sacarlett, sendo a primeira pessoa negra a alcançar tal feito, Melhor
Roteiro (para Sidney Howard, ainda que postumamente), Melhor Fotografia e
Direção de Arte, como não poderia deixar de ser com os seus cenários
deslumbrantes, bastante detalhados e coloridos, o que creio ter sido uma grande
novidade para época.
Fontes:
https://en.wikipedia.org/wiki/Gone_with_the_Wind_(film)
https://en.wikipedia.org/wiki/Vivien_Leigh
https://en.wikipedia.org/wiki/Victor_Fleming
https://en.wikipedia.org/wiki/Margaret_Mitchell
https://en.wikipedia.org/wiki/Sidney_Howard
https://en.wikipedia.org/wiki/Leslie_Howard
https://en.wikipedia.org/wiki/Olivia_de_Havilland
https://en.wikipedia.org/wiki/Clark_Gable
https://en.wikipedia.org/wiki/Hattie_McDaniel
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