Eu esperava, ao
assistir ao filme Podres de Ricos (Crazy Rich Asians, 2018, algo como Asiáticos
Ricos e Loucos), deparar-me com uma comédia, no máximo uma comédia romântica
com algumas pitadas de drama, mas não poderia estar mais enganado.
Tudo estaria bem se não
fosse por um detalhe: Nick esqueceu de mencionar, para a namorada, que a sua
família é... bem, podre de rica. Daí vem, obviamente, o conflito da trama, a
boa e velha diferença de classes sociais. No entanto, a situação não é a mesma
que no ocidente, pois a cultura asiática é muito mais tradicionalista que a
nossa, pondo a família e os seus interesses, acima da felicidade individual.
Não deixa de ser um
clichê, o do asiático honrado, trabalhador e dedicado aos seus, mas pelo visto
é uma situação que ainda impera massivamente entre as famílias chinesas, cuja
geração atual vem tentando quebrar.
É difícil não exprimir
um julgamento de valor sobre o que se passa no filme, mas é pertinente lembrar
que todos nós, que o assistimos, mesmo os descendentes de asiáticos, possuímos
um viés ocidental de visão de mundo, como a própria mãe de Rachel, Kerry (Tan
Kheng Hua), explica para a filha, antes da mesma partir para Singapura: você
pode ser chinesa, mas tanto no coração quanto no seu cérebro, a sua mentalidade
é ocidental.
Tal aviso não quer
dizer que uma cultura é certa ou melhor que a outra, mas uma mera lembrança de
que quando se viaja para locais até então desconhecidos, o viajante que deve
adaptar-se à cultura da região e não o contrário.
Fontes:
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