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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O GAROTO

          O filme ‘O Garoto’ (The Kid,1921), escrito, dirigido e estrelado por Charlie Chaplin (1889-1977), que além de tudo, ainda compôs a sua trilha sonora, é facilmente um dos primeiros grandes clássicos do cinema, apesar de ser uma película muda e em preto e branco.

        Como não poderia deixar de ser, é estrelado pelo Vagabundo (The Little Tramp, Carlitos na versão brasileira), personagem máxima criada por Chaplin, que consiste em um simpático homenzinho de chapéu coco,  trajando um paletó muito justo e calças muito largas, com um par de sapatos muitos números maior que o de seus pés, o que lhe proporciona um andar esquisito, quase como de um pato, e, por fim, mas não menos importante, um cômico bigode escovinha, que até mesmo Hitler tentou imitar, anos depois, para ver se o deixava mais simpático entre as pessoas, coisa que acredito não ter funcionado...

            Enfim, apesar do Vagabundo estrelar a trama, ela não começa com sua presença, mas sim com a saída da personagem que só conhecemos como a Mãe (Edna Purviance, 1895-1958) de um lar para mulheres desamparadas, carregando seu bebê no colo.

            Daí ocorre um rápido corte de cena para o ateliê de um artista, o pai biológico do garoto, interpretado por Carl Miller (1894-1979), que sem querer, esbarra na foto da Mãe que estava na prateleira acima da lareira, inadvertidamente fazendo com que o retrato vire cinzas.

            A cena seguinte mostra a Mãe assistindo a um casamento, ao passar por uma igreja, percebendo tudo aquilo que não poderá dar ao seu bebê devido ao descaso de seu parceiro, como demonstrado, alegoricamente na cena anterior do ateliê.

            A moça então, abandona o seu bebê, com um bilhete, no banco traseiro de uma carro e parte para uma praça, sem ao menos desconfiar que, pouco após ter deixado seu filho no veículo, o último foi roubado por dois ladrões, que só se dão conta da presença da criança quando já é tarde demais, abandonando-a num beco qualquer, pelo qual passava tanto o Vagabundo quanto uma senhora com um carrinho de bebê, do qual o Vagabundo presume que a criança caiu, tentando devolvê-la, sem sucesso, inúmeras vezes, até que por fim, tem de aceitar ficar com o garoto, por conta da pressão de um policial exercida sobre ele.

            Ao mesmo tempo, a Mãe, prestes a cometer suicídio, pulando de uma ponte, é interpelada por uma criança, que a faz lembrar-se de seu filho, resolvendo buscá-lo, mas a essa altura, é tarde demais, como a ela mesma constata ao descobrir que o carro, em que abandonou o neném, foi roubado.

            Os anos passam e o bebê, que o Vagabundo batizou de John (Jackie Coogan, 1914-1984, que também interpretou o tio Chico no seriado da Família Addams nos anos 60) cresce, tendo agora cinco anos e trabalhando junto de seu pai adotivo no negócio de vidraceiro da família: o garoto quebra as janelas para que o Vagabundo as conserte.

            Já dá para imaginar as confusões que vão ocorrer a partir daí, né? Por essas e outras que esse filme é tão magistral: sabe mesclar momentos da mais pura comédia, devido ao espetacular talento de Chaplin para a pantomima e acrobacias, com atuações bastante dramáticas, com destaque para a do então pequeno Coogan.

            O único defeito desse filme é que o mesmo é curto demais. Confira, abaixo, o filme na íntegra. 



 

Fontes:

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Kid

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin

https://pt.wikipedia.org/wiki/Edna_Purviance

https://en.wikipedia.org/wiki/Carl_Miller_(actor)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jackie_Coogan 

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